Todo mundo anda meio cansado mesmo, meio partido, ligado no piloto automático. Todo mundo anda meio perdido, se perguntando o que será, como será, o que esperar? Tentando decifrar o amanha tão distante das mãos, tão sonhado longe do despertador. Às vezes imaginamos uma vida tão melhor, com tanta força e fé que chegamos a sentir o cheiro das “coisas” novas, e o peito aperta pequeno feito mola, e os olhos bobos marejam diante de uma luz que só um coração ainda mais bobo consegue sentir.
Todo mundo anda meio sem tempo, correndo pra lá e pra cá, acordando com a sensação de cansaço, às vezes com vontade de chorar, com medo, com dor, mas vai seguindo: sem tempo, com medo, com dor, vai seguindo… Cheio de uma saudade de um tempo, de alguém, da gente mesmo. Todo mundo anda meio ausente de si, a tal globalização que conecta tantas pessoas, não salva ninguém da solidão, não senta – presente – à mesa de jantar pra perguntar como foi seu dia.
Todo mundo anda meio sem tempo mesmo, e já estamos na metade do mês de março, o ano já é um adolescente, com características bem peculiares aos nossos tempos: isolado, confuso, querendo ser bonito, popular, pedindo ao universo aceitação, se perguntando quem é, a que veio, quieto, com olhos que dispensa apresentações ao decretar: quero tudo de uma vez.
Todo mundo anda buscando a plenitude, tentando harmonizar a realidade de alguma forma, meio que se convencendo de que tudo esta bem e o que não esta em breve ira melhorar, e acho que é assim que todo mundo se encontra: em um sentimento comum de esperança.
Todo mundo anda rezando baixinho, pedindo pela Síria, pela Nigéria, pela falta de pão, de amor, de fé, pelas eleições, pela guerra diária nas ruas, nas casas, escolas, por uma trégua com a vida, uma espécie de pacto para que o mundo se transforme em lugar menos triste e cinza, todo mundo anda rezando baixinho, pedindo um pouco de amor, confiança e segurança, todo mundo anda sonhando com um desequilíbrio de coisas boas, prosperas, alegres.
Todo mundo anda querendo olhar para dentro de si e ter paz, enxergando paz no outro, e uma luz iluminando quem tem caminhado aguardando o cair das folhas de outono a espera de que a vida fique bonita outra vez!
D.S.L
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