O mundo de fato é um lugar assustador, pequeno, fétido e repleto de maldade, constatação que causa grande tristeza, principalmente quando o caminho traçado se mantém distante do propósito de prejudicar e ferir, sem salivar pela ilusória perfeição, mas buscando incansavelmente melhorar para si, para a vida, almejando uma boa resposta quando me for perguntado mais adiante do que valeu minha existência.
Há uma desesperança severa de que não evoluímos, e que em muitos aspectos retrocedemos.
Os habitantes desse planeta raramente são exemplos de paz, já vivemos tempos bem sombrios: holocausto, escravidão, segregação, perseguições religiosas… Claro que há muitas e muitas exceções, mas o assombro que acomete os dias atuais salta aos olhos pela quantidade de informações que nos chegam praticamente em tempo real da total falta de respeito que nos afeta.
Pare pra pensar: tudo gira em torno do respeito.
Não estamos respeitando a vida, e em um mundo tão globalizado, cheio de tantas tecnologias, e avanços, optamos pela brutalidade, pela falta de escrúpulos em nome do dinheiro, da satisfação, do mal.
Somos perversos e retrógrados no trato com o outro.
Dói mexer na ferida, é bem mais fácil falar sobre a primavera, a esperança do amor, a paz familiar, gente bonita, mas não podemos esquecer que ainda hoje mulheres são escravizadas sexualmente, países vivem em guerra constante, crianças são abusadas dentro de suas casas, já não existe rua escura, tão pouco hora segura, não existe não falar com estranho, o que de fato esta existindo é só o medo, crescente e faminto que a cada dia parece estar mais perto.
O Brasil vive um desgoverno, “lá fora” não muito distante ameaça crescente de uma guerra regida pela vaidade, uma espécie de cabo de guerra, uma briga entre comadres capaz de gerar um estrago gigantesco e sem precedentes mundialmente. Terrorismo, fome, guerra, trafico de almas, de vidas, dor, dor, dor…
O mundo esta nublado, triste, as pessoas desimportantes, o poder vive seu ápice, seja consagrado em uma ditadura, seja de arma em punho do alto de um morro ou com um aparelho celular detrás das grades, o poder atingiu seu êxtase, atrás da gravata, da cadeira do congresso, o poder se alastra e cada um quer seu quinhão desgovernado, seja gritando com subordinado, encoxando a moça no trem, sabotando o amigo, o namorado, por inveja, por maldade, por poder sobre o outro.
Cada um quer seu quinhão, do meu abro mão, troco-o pela paz, pela cabeça tranquila no travesseiro, pelo olhar erguido, pela prece continua de permanecer sã, pois haja o que houver, em meio a esse caos de pensamentos e sentimentos, mantenho-me distante da manipulação maciça que inflama: tenha poder, seja dinheiro. Não me curvarei ao mal, alimento em mim uma esperança bonita e viva tal qual as cores do por do sol, e diante desse acobreado de céu que meus olhos não se cansam de viver carrego a certeza de que uma hora a chuva cessa e a mágica da primavera enfim acontece, e um dia há de contagiar o mundo inteiro.
Mantenha-se sã!
D.S.L