Ninguém quer lutar por amor. Admito que o trabalho é árduo, as vezes solitário, e nem sempre bem recompensado.
O que aconteceria a Helena nesses tempos tão inconstantes? Provavelmente Troia não seria destruída, afinal que trabalhão por causa de uma mulher! Não vale tanto assim esse amor, Paris jamais declararia guerra a Menelau. Julieta, acordaria do sono induzido e encontraria flores e um post em alguma rede social lamentando sua partida, enquanto outras dezenas de donzelas afoitas pelo posto no coração do moçoilo o tentaria consolar, Romeu jamais morreria por ela.
Triste conclusão de que já não se fazem amores como antigamente.
Vivemos a ilusão de que as pessoas precisam estar prontas para fazerem parte de nossa historia, suprindo todas às nossas tão fúteis expectativas. Esse ato de descarte é tudo, menos amor, porém para justificá-lo o maquiamos com outros nomes: desencontro, falta de química, falta de tempo, paciência, atenção, falta de romantismo, incompatibilidade.
Quando se ama alguém, ou ainda quando se vê ao longe no horizonte o amor surgir lutamos ao invés de desistir, ou pelo menos é isso que deveríamos fazer.
Estamos diante da era dos descartáveis, onde tudo tem prazo de validade, e termina obsoleto rapidamente, o que esta em alta hoje, em horas torna-se passado, o ontem acabou, portanto: ao presente o mais rápido possível antes que ele também seja pagina virada.
Tristemente nos acostumamos a inflexibilidade, estamos sem paciência para esperar, sem motivação para mudar a posição das velas e ir navegando, aguardando um bom vento que nos impulsione ao destino sonhado, não queremos mais nos dar ao trabalho de moldar pessoas na tentativa de encaixe, vivemos relacionamentos feito peças de lego onde tudo precisa perfeita e automaticamente dar certo.
Perdemos a criatividade de reinventar maneiras para caminharmos a dois, e isso é em qualquer relacionamento afetivo, seja os que envolvem amizade ou amor.
Não lutamos e esperamos vencer a solidão que tem nos coberto a alma e nos deixado tão pobres de sentimentos e sonhos. Substituímos a perseverança pela efemeridade, vivemos o lema: se não esta pronto, não serve.
Vamos virando paginas, descartando amigos, colecionando ex amores, virando paginas e matando personagens tão facilmente quanto nos velhos filmes de faroeste, seja por posição social, política, estilo, opiniões opostas; E dessa forma o fim desse livro será solitário, frio, e repleto de remorso, porque é isso que nos resta quando não lutamos pelas pessoas a quem amamos: remorso.
Amar é ensinar e aprender, e amando muito consequentemente aprendemos muito, e aprendendo muito amamos mais, pois amar é o maior ato de sabedoria e conhecimento que podemos exercer na vida. Admirar o crescimento do outro, aprender e tornar-se mais feliz com isso, é a nobreza que nos tem faltado nesses tempos em que simplesmente descartar pessoas anda tão em alta.
Só podemos nos dar por vencidos quando a magoa for maior que a vontade de caminhar, quando a inexistência de sorrisos nos ferir a alma, amor não machuca, e ainda que sublime nem sempre é sinônimo de felicidade, sendo assim só pode ser descartado quando deixar de ser brisa.
D.S.L
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*Foto internet