Incendiário de belos sentimentos em meio a essa loucura que é a vida.
Anjo sem asas que se apaixonou pelo mundo e cá ficou no relento de uma noite em que se perdeu diante da lua.
Culpa vossa senhora lua que o enfeitiçou, paixão e amor que não se deve medir, e agora saudade…
Mescla de cores, ternuras, chamegos, ah um cafuné, ah um cheiro, tudo ama, por tudo se encanta.
Quem arriscara disputar teus olhos com tantas belezas em suas infinitas formas, e ainda que não as veja, as inventa e dança com elas de madrugada no terraço de sua alma destelhada.
Amas o mar, a lua, o sol, e cada flor ou mato que cresça, o cheiro da chuva, o rumo da brisa, o entregador de flores ao portão, o suor no rosto do operário, o estremecer da vitória, a luz de mãos erguidas a agradecer.
Quem amara o poeta de coração tão perdido e vagabundo?
Senhor de nada, perdulário, certa vez comprou cinquenta gramas de pó de luz de sol, a qual usou sobre a roupa da boemia noturna todo cheio de orgulho.
Ah poeta quem amara um bobo?
O sonho é sua alma.
A fé em tudo o que não se pode tocar sua bandeira, branca sempre!
Poeta, nariz de palhaço, um pedaço de papel no espaço e lá esta querendo decifrar as historias das estrelas, cismou que ira descobrir o que as fazem brilhar, outra noite precisou ser contido: saiu carregando uma escada debaixo do braço dizendo que iria escalar o céu e sentar na lua.
Pobre poeta e seu flerte com a loucura.
Mendigo de diamantes, rei das palavras, seu trono: uma folha em branco.
Ouro não tem, passa longe das luzes ensaiadas, de frases desesperadas e findas, nada é concreto em sua vida a não ser a eternidade do sonho nessas palavras fugidas rumo ao infinito.
Quem amara o poeta que nada tem além de si? Quem amara o nada do poeta e o clamor de seus olhos, quem amara a ilusão do brilho do sol em suas vestes?
Quem amara o poeta?
Errante descoberta que não se encerra… Quem amara o poeta?
D.S.L