Sobre balões perdidos

Ainda gosto de sorvete, ontem sorri ao céu quando o vi novamente cheio de estrelas, afinal foram quase dez dias de chuva, hoje as nuvens brancas enfeitam nossas cabeças, o azul celeste resplandece por sobre as arvores, gosto dessa visão que mescla verde com azul, os pássaros estão felizes, a vida precisa de sol, luz… Dias nublados tem lá seu romantismo, e sua beleza, mas a alegria combina com as cores vivas que só um dia ensolarado pode trazer. É setembro, é mês de primavera, e não: não me canso de dizer e pensar isso.

É o mês mais bonito do ano.

Continuo sem entender uma porção de coisas: calculadora científica, egoísmo, ingratidão, uniões por interesse, o mal, a inveja, dias sem sorrisos, a morte, continuo sem entender a vida, ao passo que é tão bela, é tão sem sentido, não a lógica pra nada, parece não ocorrer acasos e mesmo assim não acredito que tudo possa ter sido previamente escrito, será mesmo que precisa ser assim?

Fico tímida quando preciso falar, principalmente quando preciso falar de mim, gosto de abraços, eterna apaixonada pelo por do sol, vez ou outra ainda sento sozinha no fim de tarde de frente pra ele de olhos fechados, e a luz parece invadir minhas pálpebras, e ao invés do breu enxergo uma cor laranjada gosto da sensação e fico por horas, uma espécie de transe, ao passo que meus olhos são aquecidos o por do sol em minha imaginação é ainda mais bonito, pois meus pensamentos me transportam pra um lugar que só a saudade pode nos levar: as lembranças.

Sinto saudades de muita gente, gente que convivi por anos e que os rumos da vida levaram pra longe, gente que encontrei durante horas num dia qualquer, uma amiga de infância em especial, Aline, morava no prédio em frente a minha casa, quando foi embora chorei por dias, ela me deixou um urso de pelúcia o qual o tempo também levou. Sinto saudades de uma tarde, era verão minha irmã e eu de bicicleta na calçada, tinha em torno de oito anos, mas o que torna rara essa lembrança é que meus pais estavam em casa preparando o café da tarde, juntos e felizes.

Deve haver um espaço no céu de balões perdidos, deve ser lá também que os meninos e meninas que partem precocemente brincam, soubesse disso outrora não teria passado tantas horas tristes.

Sinto a mesma euforia de menina quando vejo o mar. Ainda sou chorona, talvez mais do que quando criança, na tenra idade tinha a sorte de não saber, de correr para casa ao mínimo de perigo e adormecer esquecida no ventre de minha mãe, a diferença nos dias de hoje é que o choro é silencioso, escondido, cruelmente entoado de um conhecimento exato da dor, sem dramas ou manhas, nem inocências.

D.S.L

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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