Onde estão os dias azuis, com direito, ou melhor, dever de por do sol de frente pro mar.
A companhia que entende “um não”, “talvez”, “não sei”, e que mesmo diante de qualquer vacilo, não titubeei em permanecer com os sentimentos intactos, afinal de contas onde esta o amor que não sufoca, nem obriga, ou que por tão pouco desencanta.
Ninguém pode ter o outro como um relógio de pulso, o qual se acerta, encaixando-se ao tempo que se pensa controlar.
É real a capacidade de amar sem se fazer entender? Sem cobranças, de maneira suave, um toque na pele ao invés de um puxão de orelhas.
Esconder-se no bem querer de um abraço, permanecer ali parado, em silencio, sem interesse, cobiça ou qualquer outro arranjo tão destoante das cores que um dia se fez pintar na imensidão de um encontro.
É possível viver em paz com o mundo inteiro? Quem calara os fantasmas dentro de mim? Quando louca desabafo com eles.
Quando a realidade mostra-se nua, quando a vontade de desistir ameaça o sonho, quando todo mundo lamenta suas ilusões com frases ocultas, um nevoeiro cresce espalhando dor, desesperança, medo, embotando seus olhos areia fétida e sangrenta, não à escapatória, não para você, pois a fé te faz cerrar os olhos e mesmo que a areia chicotei seu corpo talhando sua carne profundamente o sonho persiste porque a fé não morre.
Esta é a resposta para todas as perguntas, duvidas, e descrenças: a fé não morre! Escapa soberana, triunfante, é tão magnânima que nos faz acreditar que a vida não termina na morte, sangrada seja a alma do homem que aceita sua cruz, sagrado seja o momento de seus joelhos esfolados que clamam, que choram, gritando a quem quiser ouvir: a fé não morre.
Onde esta o tempo em que o sorriso da vida será farto? O riso imaginado, tratado em promessa, selado pela cera da vela, testemunha sobre a luz que matou a escuridão, a chama da fé, o berro da Santa em proteção.
A exaustão dos dias desperdiçados com poeira e insônia, o cansaço do corpo, a dor na alma, a duvida, o rubor de tropeçar, não conseguir, não saber. A inquietação, a lagrima que começa na garganta, o grito entalado nos olhos.
Após o tormento a voz que sussurra sem cessar: o sonho, o sonho, o sonho, o qual a fé não deixa morrer… O sonho, o seu sonho, a sua vida, que te faz uma vez mais ter o coração batendo forte como se estivesse na palma de sua mão, que acelera os pulmões, te entontece. O sonho e a fé que não te permitem desistir: viva enquanto é tempo!
D.S.L