O front

Houve um tempo em que vivia nas estrelas, por mais dias de chuvas e tempestades elas se faziam maiores e iluminadas, triunfando em qualquer ocasião.

 Não havia espaço para qualquer outra coisa que não fosse viver, e isso tinha como objetivo principal as coisas mais simples, as quais sempre fui especialista. Sou do tipo PhD em observância de céu enluarado, doutorada em tardes com cheiro de chuva, mestre na arte de sonhar sobre todas as coisas. Um dia de sol não é apenas um dia quente de suor e peleja, mas sim um dia lindo que merece e precisa ser aproveitado, pois é um presente da vida, a qual espera em troca muitas vezes somente a admiração dos que são capazes de sentir, enxergar e viver a beleza.

Houve um tempo em que enquanto tudo ruía ao meu redor bastava cerrar os olhos e voar, permitindo assim que meus pensamentos fossem para longe, em outro estagio de sentidos onde tudo sempre terminava bem, nunca me faltou luz no fim do túnel, ao contrario por mais estreito e espinhoso a luz sempre esteve lá, olhando para mim, guiando-me, fazendo crer que o caminho não havia terminado.

Um tempo em que tudo era tão fácil e meus sonhos pareciam controlar a falta de doçura que a realidade sacramentava.

Esse tempo precisou ser diminuído, os anos passaram e com eles essa espécie de anestesia precisou ser aplicada em doses menos cavalares, foi preciso deixar um pouco às especialidades das coisas simples e dar lugar as difíceis tarefas do cotidiano: cartão de ponto, contra cheque no fim de mês, diploma universitário, carteira de motorista, carro na garagem, conta em banco, relacionar-se, tentar socializar, falar quando se tem necessidade absoluta de silencio para não parecer anti social.

 Enquanto o mundo vai girando nessa rapidez incalculável e imbecil muitas vezes tenho vontade de cerrar os olhos e ficar por dias e dias ocupada apenas com meu céu de estrelas, esperando o próximo sonho, o surgimento de uma nova idéia para rabiscar sobre meus devaneios, o arrepiar da pele, o emocionar dos olhos, o sorriso largo e simples na face cada vez mais cansada.

A minha busca é pelo impossível, pelo infinito, pela plenitude da alma, a minha luta é combatida num front de batalha onde do outro lado esta tudo o que muitos acreditam ser intocável, mas que todos saibam: eu consegui tocar, sentir e enxergar. Conquistei o sonho de experimentar o que alimenta o brilho das estrelas: eu toquei o amor e ele tatuou em meu peito esse decreto de morada eterna em todas as minhas falas, sonhos e escritas.

Não me importo mais com meus clichês, meus parágrafos repetidos, assumo que minhas reticências serão eternas e a mim cabe apenas a fantasia boba de acreditar, de ter fé e ser feliz.

Sou tão somente uma escriba que jamais deixara de voltar para seu céu, para este sonho de que o mal terá fim, de que o bem é sempre bem recompensado, e de que o amor é capaz de tornar tudo possível.

 A realidade não deixara de existir e por mais que meus pés toquem apenas o chão, minha alma sempre estará rodeada de estrelas.

D.S.L

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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