Noite passada adormeci chorando, sozinha, em silencio, permitindo que as lagrimas corressem pelo rosto, molhando o lençol por debaixo da nuca.
Chorei por uma porção tão grande de sentimentos: alegria, medo, saudade, lembranças.
Essa coisa toda de fim de ano aflora a sensibilidade de uma maneira gigantesca, se ontem me perguntassem quem sou, responderia: um coração.
Poucas pessoas sentem essa energia, é um misto de medo, esperança, alegria, saudade, saudade, saudade… De um Natal em família que não aconteceu, de um ano novo sem festa, nada brilhante, em casa sozinha e embriagada, daquela esperança de inicio de ano que perdeu o prazo para que coisas boas acontecessem se encerrou e nada mudou.
O fato é que são cada vez mais raras as pessoas que param para pensar ou retroceder a tudo que aconteceu.
Obviamente que nem tudo vale ser lembrado, mas é como faxinar um guarda roupas, muitas vezes esquecemos o que temos guardado, não é diferente na vida: esquecemos o melhor de nos para ser medíocre diante de um grupo hipócrita que não cheira nada bem: custe o que custar deixe-os; quantas fotografias deviam ter sido reveladas na memória em nome daquele momento que jamais ira voltar: reviva esse instante e não o perca nunca mais; musicas perdidas em fitas cassetes que deixaram de ser cantaroladas: dê um show ao vivo a você e cante-as em alto e bom som.
Parar para pensar ajuda a não esquecer o quanto somos agraciados, quão boa e bonita é a vida e ao faxina-lá às vezes podemos encontrar assim meio escondido no fundo do armário um sonho pendente, uma esperança que precisa ser vivida, um sentimento quase desfalecido que não pode morrer, e então a mágica acontece novamente e começamos novos dias com um novo olhar para justificar a vida.
Gosto de me perder no tempo, e esse espaço que crio no mundo as vezes por poucos instantes me diz: vai lá! Observa, imagina, brinca. Liberte-se! Esse é o seu momento, afinal ninguém mais saberá dessas coisas que tão nitidamente enxergas, dilacera a realidade com esse sonho, rasga tudo isso tão material e possível de toque, planta algodão no asfalto, coreografa todo mundo nesse ponto de ônibus dançando uma melodia do Elvis, abraça o sol, deixa esses raios avançarem por suas veias, ilumine-se, dê bom dia aos pássaros – ninguém mais vai escutar – peça ao universo silenciosamente cada vez que ouvir um mensageiro do vento que o dia seja fantástico e a vida cada vez mais maravilhosa, crie o homem perfeito, pessoas do bem, historias de amor, descreva a dor majestosa, a lagrima feito cicatriz, a virgula, mas jamais deixe que de crer e sentir essa felicidade imensa e exagerada que eternamente lhe fará ter esperanças.
D.S.L
Feliz Natal a todos, e uma imensidão de esperanças para um Feliz 2014!Que Deus os abençoe!