Não lhe perdoo caro poeta, ou poetinha como Tom o chamava (diga-se de passagem outro que também não perdoo) e não me venha dizer Saravá, ou qualquer outra coisa que possa mudar o rumo dessa prosa, sei bem das suas artimanhas de conquistador. E como conquista…
És de um charme safado, descarado, e imensamente doce, mas não posso lhe perdoar, você partiu antes mesmo do meu nascimento, impedindo que em vida eu lhe procurasse feito mulher louca e cheia de atitude, para quem sabe na hora, perder a coragem e timidamente ver-te apenas de longe em algum boteco do Rio, a escrever, a cantar, a sorrir, a beber, a cortejar alguma moça, ou fazer tudo isso ao mesmo tempo.
Queria sentar ao seu lado, ficar em silencio sabe? Olhando você respirar. Saber o jeito como levava seu whisky até a boca, vê-lo tragar seu cigarro, ajeitar os cabelos, sei que existem vídeos que podem saciar em parte meu desejo, mas queria ir alem: sentir seu cheiro mesclado ao do mar quando a brisa o levasse para dentro de mim.
Você se foi, não o perdoo e ponto final. Mas deixar de dar perdão é tão feio, não combina com esse meu sonho de tê-lo conhecido mais de perto, pensando bem poeta, não tenho que te condenar, pois deixastes em mim esse vislumbre boêmio, essa vontade de mar, de amar, de sorrir e ser poesia, torna-me poeta, ou quem sabe humildemente e apenas: escriba, como intitula-me uma amiga, das coisas vividas desse mundo encantador que criastes sobre o amor.
Perdoo-te poeta, pois as tuas palavras, letras e musicas, a tua vida, mesmo que tão distante da minha deu-me esperanças de que “se todos fossem iguais a você que maravilha viver”*… Portanto Vinicius, meu poeta “… vai tua vida teu caminho é de paz e amor, a tua vida é uma linda canção de amor. Abre os teus braços e canta
a última esperança a esperança divina de amar em paz”*.
Com toda certeza deves estar a cortejar algum ser celeste com sua poesia imortal, espero dessa vez, daqui a uns bons anos chegar a tempo de te encontrar.
D.S.L
* V.Moraes
Nossa Sensacional! Ameiii
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