Elas voam

Surgem uma a uma, num descompasso insano.

Desenham imagens aleatórias em mim, enquanto me pergunto de onde elas vêem.

Parecem gritar ao mesmo tempo, cada vez mais alto, até o instante em que paro para ouvi-las, deixo-as nascer, recebendo como recompensa a plenitude.

Não sei de que tipo de útero elas saem, viajam por um caminho desconhecido da natureza, com passos tão fortes, que remetem o cavalgar de uma tropa.

Guerreiam entre elas, querendo apenas falar.

Amor, ódio, rancor, esperança, cotidiano, coração, Deus, anjos, vida, morte, amor, amor, amor.

Falam de céu, estrelas, mar, levam-me a lugares distantes, a momentos não vividos, viagens não realizadas, culturas desconhecidas, vidas que não sei existir, amigos que não tenho, pranto não derramado, terras que desconhecem meus pés.

Giram ao meu redor.

Quando meus olhos se fecham, elas se iluminam, posso mais que toca-las, posso senti-las na maioria das vezes em historias que não são minhas.

Será que sou feita por elas? Será que as faço, será elas tudo o que sou?

Corriqueiras, sem sentido, donas aos meus olhos de uma obviedade sem tamanho, incorrigíveis, são minhas, ou sou delas?

Não seguem regras, não pedem licença, as vezes para se defender fazem uso do impronunciável.

Elas se unem da mesma forma, mas nunca são iguais.

Misteriosas conseguem dizer a mesma coisa de tantas maneiras, invadem tantos olhos e desbravam guerreiras tantos outros corações.

Transformam a tudo: a chuva fina em noite sombria inspiradora de um grito no escuro onde mais um conto policial possa nascer, o sol em muitas gargalhadas, as vezes elas ficam engraçadas, criticam os fofoqueiros, os ilimitados, a moral, os bons costumes, a elas importa apenas o bem, o luar que tantos encontros já me fizeram contar.

Abraço em teto, beijo em troca de almas, toque que cura, e em meio a tudo isso um Deus que parece deixá-las surgir cada vez mais, como se assim estreitássemos nossos pensamentos, pois são nesses momentos em que meu coração parece juntar-se ao Dele.

Gosto de brincar com elas, deixa-las arrepiar-me a pele, dormem comigo, acordam-me com um sorriso, vigiam atentas os raios de sol que invadem meus olhos, levam-me a mundos e mais mundos, me contam do pensamento alheio, são como balões no céu que apenas voam, e voam, sem limite, cada vez mais alto, por paisagens impensadas sem a utopia de encontrar o fim do horizonte, pois elas não procuram o fim, mas sim o eterno descobrir.

Casei-me com elas, e recebi como dote o infinito.

D.S.L

*Imagem retirada da internet, sem autor ou fonte especifica.

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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