Temos ainda aproximadamente oitenta dias, pois de acordo com o calendário maia a data prevista para o fim do mundo conta de vinte e um de dezembro deste ano, portanto o negocio a partir de agora é tratar de aproveitar esses últimos dias, afinal o tempo passa cada vez mais rápido, parecendo mesmo correr para chegar a algum lugar, mesmo que seja o fim.
Torço para que esse mundo realmente acabe, ou melhor, torço para que a data faça uma espécie de mágica no cosmo, já que alinhara o sol com a via láctea como está previsto e que com isso algo aconteça de fato não ao mundo, mas sim as pessoas.
Talvez esse tal alinhamento possa atingir, afetar e causar bons resultados a causa de todos os males da humanidade: o humano.
Somos nós que precisamos acabar, seria hora de fazermos uma auto-analise dos próprios sentimentos, das nossas tantas motivações ou da falta delas, precisamos de uma espécie de cura, porque é visível que estamos doentes, prova disso são os noticiários cada vez mais assustadores onde somos autores de barbáries, atrocidades. Nós somos um desastre natural.
Praticamente estamos voltando ao estado primitivo, obedecendo à lei de talião que expressa a máxima: olho por olho, dente por dente, e como já se era de esperar a maioria de nós estamos cegos.
Não sabemos mais pedir desculpas e quando o fazemos muitas vezes somos retalhados, fazendo a vitima replicar, dando espaço a uma extensa discussão, “a coisa” anda tão caótica que as pessoas não sabem simplesmente desculpar e ponto final.
Maquiamos o preconceito aceitando amigos gays, deficientes, vamos com a família a paradas, palestras, somos a favor da luta contra o HIV, mas experimente ser gay dentro de casa, ou soro positivo, ou adquirir alguma deficiência, a postura com toda certeza ira mudar. Ok, sou a favor das minorias, mas longe da minha casa.
Falta-nos educação, traquejo, estamos criando pequenos competidores, miniaturas de adultos, que já não sabem brincar senão com jogos eletrônicos, tão pouco gozam da liberdade de imaginar e fantasiar, trabalhamos com a meta de que precisam ser campeões, e melhores, e sempre em primeiro lugar, fazendo desde muito cedo crer numa falsa noção de felicidade, dificilmente cultiva-se sonhos nas crianças, outro dia ouvi um garoto dizer ao pai que gostaria de ser astronauta e imediatamente o cidadão o tolheu: não filho, é muito difícil, complicado, melhor ser advogado, minha vontade foi de lhe falar: senhor qual sonho que não é difícil ou complicado?Só o de padaria!
Para muitos as redes sociais é a ferramenta mais utilizada para conversar e conhecer um pouco mais das pessoas, todo mundo meio que parou de fazer questão de olho no olho, abraço afetuoso, sorriso, cheiro. Todo mundo anda meio mecânico, é melhor esbravejar no transito a ligar o som do carro e curtir a volta pra casa tranquilamente, mas e a pressa? Pressa pra chegar em casa e checar e-mails, ligar a teve e alienar-se de tudo.
A desculpa é a falta de tempo, sempre!E então o que estamos fazendo aqui? Se não temos mais tempo pra nada, muitas vezes nem mesmo para pensar, olhar-se no espelho, não temos tempo para sonhar com as férias, porque as vendemos em troca de dinheiro para aquela reforma da casa, e então nos contentamos com um dia e meio do fim de semana para descansar, cuidar de si, passear, fazer compras, consertar a televisão, levar o cachorro no pet, encontrar os amigos, cantar, ouvir musica, ir ao cinema… Obviamente que não da tempo pra tudo, e muitas vezes acabamos por fazer nada, porque qualquer programa fora do sofá ou de casa, cansa.
Perdemos o valor do humano, do olhar pras coisas boas do mundo, temos cada vez menos tempo pra viver, nos permitimos cada vez menos sonhar, por quê? Porque passamos a julgar a maioria dessas coisas como idiotas, quando na verdade o que mais tem nos faltado é sabedoria, não a dos livros, mas sim aquela intuitiva que nasce dentro de nós e aflora ao mundo o que temos de melhor, de mais bonito, afinal tudo o que é belo provém de devaneios.
Devaneie que o mundo de fato ira acabar e repense seus valores, quem sabe assim ainda lhe reste na esperança do amanha um novo olhar para o mesmo caminho.
D.S.L