“Humanos”?

Não é o Brasil que vem mudando, não acredito na mudança da terra, da água, do vento, do fogo, eles serão sempre os mesmos, são naturais, o que pode acontecer é a mudança dos rumos que eles podem tomar, e assim mudam conseqüentemente o resultado de tudo; E é isso que vem acontecendo com nosso Brasil.

Estamos mudando aos poucos, muito pouco, diga-se de passagem, mas estamos mudando o primordial: o pensamento, a válvula precursora de tudo.

Estamos menos hipócritas, interpretando melhor aquilo que nos mesmos a anos pregamos com base nos princípios da Constituição Federal: igualdade, dignidade da pessoa humana, não discriminação por raça, sexo ou cor, e livre planejamento familiar.

Em muitos casos a mudança é tardia, pois muitas feridas foram abertas, muitos lares continuam com seus natais e festas em família com lugares vazios, ocupados por sentimentos de magoa, rancor, preconceito, tristeza, distancia, pois é exatamente isso que acontece quando quebramos a ponte de aceitação, entendimento e respeito com o que não conhecemos, com aqueles que a sociedade prefere fechar os olhos e mentirosamente muitas vezes fingir proteger, é mais fácil a distancia ao entendimento, a compreensão, ao respeito que devemos a todos que simplesmente querem ser feliz, querem existir sem temer viver, sem nada dever, ou ter que explicar a quem quer que seja.

O pensamento acima tem a haver com o fato de que um casal de gays masculinos, por meio de uma fertilização in vitro, conseguiu o direito de registrar a pequena Maria Tereza em nome daqueles que por toda vida ira ama-la, respeita-la e dar-lhe um lar digno, repleto de educação, carinho e principalmente amor.

O fato em si, para mim nada impressiona, afinal de contas, é sabido de todos tudo o que uma criança necessita para crescer e tornar-se uma pessoa de bem, digna e honesta. É necessário amor, respeito, base, educação, família. O que de fato me impressiona, ou melhor, o que de fato me choca, é a quantidade de “humanos”(prestem atenção na palavra: humanos), que torcem o nariz para tal situação, o que me enoja é ver algumas igrejas, autoridades, e tantos “humanos” dispostos a criticar, humilhar, e negativamente manifestarem-se contrários a essa realidade.

Pobres “humanos”, pobres diabos, pobres almas, miseráveis corações, que se perguntam com o pensar ignorante de suas próprias razoes: como afinal de contas essa criança será criada? Absurdo: uma criança necessita de mãe! Maldade: ela será uma degenerada. Pobrezinha: vai sofrer tantos preconceitos.

De todos esses pensamentos tão pequenos, destes pobres diabos, o único o que faz sentido, é de que sim, ela sofrera muitos preconceitos, afinal de contas “humanos” doutrinados em mentes minúsculas infelizmente não deixarão de existir.

Ela sofrera muitos preconceitos, assim como seus pais ao longo de toda uma vida também sofreram, mas Deus queira que ela saiba olhar para o amor que lhe será devotado, que ela saiba enxergar quão generosa lhe foi a vida, ao lhe dar dois homens fortes, honestos e disposto a terem um lar, uma família, uma casa, dois homens dispostos a amarem, e a irem alem com este amor, superando barreiras, quebrando paradigmas, enfrentando esses “humanos” tão vazios de suas tristes razões.

A pergunta que gostaria de fazer aqueles muitos que acharam a decisão do juiz Clicério Bezerra e Silva, da Primeira Vara de Família do Recife, uma afronta a família brasileira, é de que: Seria preferível que essa criança crescesse ao lado de uma mãe usuária de drogas, ou quem sabe de um pai pedófilo, ou ainda em uma realidade miserável com mais dez irmãos aonde se divide um ovo cozido para uma família inteira? Seria preferível que essa criança crescesse sobre o julgo de espaçamentos, abandono, maus tratos? Seria preferível que essa criança fosse mais uma a disputar uma vaga em um sinal, ou quem sabe em alguma beira de estrada sendo mais uma vitima da prostituição? Seria preferível tudo isso? Pergunto-lhes: pobres “humanos”, que dignidade, que respeito, que moral a nisso? O que de fato implica para a formação de uma vida?

Não sei qual será o futuro da pequena Maria Tereza, sei dizer que o presente o qual foi concebida tem tudo para que ela possa escolher o que fazer de sua vida, direito que vem sendo negado a muitas crianças.

Muitas crianças não puderam escolher, porque se de fato pudessem creio que não se prenderiam a preconceitos, ou o que quer que fosse, não é preciso muito esforço: visite um orfanato e pergunte a uma criança o que é uma família, com toda certeza ela lhe dará a descrição daquilo que estes dois homens estão construindo, ela imaginara uma casa, um quarto, uma cama só sua, almoço de domingo, conto de fadas para adormecer, castigo por alguma travessura, televisão na sala com os pais reunidos, aniversários, natais, passeios no parque, dia das crianças, amor, carinho, respeito e proteção.

Visitem um orfanato “humanos”!

D.S.L

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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