O que sobrou?

O que sobrou?

A pergunta é: o que fazer com tudo o que sobrou? Fotos, cartas, musicas, sei já ter me feito essa pergunta em outras tantas historias que tivera um ponto final, porem dessa vez tudo parece ter um peso e uma forma diferente, faz sentido, pois o desgaste se acumula com o passar dos anos.

Até quando o mundo continuara assim cinza, e o coração despovoado, desocupado, como um terreno baldio? Até onde me sentirei fora de mim, como se estivesse em uma outra esfera de realidade?

Comparo-me a uma casa antes cheia de moradores, que faziam festas, cuidavam do jardim, reuniam-se para ver o céu, conversar, contemplar a vida, e que de repente vê seu jardim ser invadido por uma espécie de erva daninha que consumiu as rosas até a raiz, a sua porta um penetra entrou na festa desligando o som, rabiscando as paredes com carvão, enchendo as janelas de pregos para que ninguém mais pudesse debruçar durante a noite para admirar estrelas.

Quero falar do vazio que fica, dessa vontade que aperta a garganta quando nos recusamos a chorar, falar desses suspiros aos céus pedindo a algum anjo que leve embora sentimentos que não podem mais existir, quero uma estrada longe dessa casa, um novo caminho, onde eu não queira se quer olhar pra trás, por saber que ao olhar pra trás a vontade de não seguir em frente poderá congelar meus passos, atrasando o tempo que tenho para ir em busca de mais um parágrafo dessas minhas historias tão desencontradas.

Tenho medo de deixar de acreditar, de um dia não mais conseguir sentir, e então caso isso aconteça o que afinal de contas será a vida pra mim? Medo das unhas cada vez mais corroídas pela ansiedade, tenho andado a observar as pessoas como se eu pudesse ver e sentir através delas, e quando as vejo sorrir e serem leves, distantes dessas coisas todas que me atordoam e que buscam explicações, jamais desejei ser como elas, alheias a própria falta de sorte, porem muitas vezes quero desprender-me dessas coisas todas que tanto me cansam.

Queria ser aquele tipo gente que caminha vago pelo mundo, fingindo não ter problemas, não sendo incomodado por coisa alguma, queria como tantos outros encher a cara de remédios que dão sono, que acalmam os pensamentos, mas que jamais são capazes de curar o coração, preenchendo esse vazio que todos nos temos quando nos vemos sozinhos, diante de um mundo cheio de pessoas alienadas que se quer se dão ao trabalho de buscar um sentindo o qual se faça valer a pena tão somente respirar.

D.S.L

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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