Eis que terminou o carnaval, para alguns o ano começara a partir de agora, hora de colocar os projetos em dia, executando as promessas de final de ano.
Despindo-se da fantasia e limpando o rosto da maquiagem utilizada para iludir, iludir a si mesmo que se pode ser em algum momento outra criatura, pertencente à outra historia, contada em ritmo de samba, repleta de uma alegria incapaz de vingar pelo simples fato de ser inventada.
A farra, a bohemia, o samba, o bamba, fazem parte de mim desde que me conheço por gente, já passei por muitos carnavais, os quais estive entregue ao espírito da folia, porem de alguns anos pra cá, este espírito folião tem dado lugar a calmaria, ao anti-carnaval, pelo fato dessa obrigação que a maioria se impõe de ser e estar feliz a qualquer custo, mais que isso, de fazer coisas inaceitáveis em nome da ideologia de que nesses quatro dias tudo é permitido.
Vejo várias pessoas perderem a civilidade, a dignidade, o humanismo e o respeito pelo próprio corpo.
Do divino ao profano, prefiro o meio termo, nem asas, nem chifres, trago-me imperfeita, consciente de varias qualidades, sem falsa modéstia louváveis.
Não posso me calar diante dos apaixonados pelo verdadeiro carnaval, aqueles que carregam o escudo de sua escola de samba, os que pensam que “cachaça é água”, e saem pelas ruas a brincar e brindar uma alegria espontânea e ingênua, onde tudo mais que se busca é divertir-se. A felicidade cansada dos baluartes do samba é possível ver nos olhos deles o orgulho do samba não ter morrido.
O carnaval mais uma vez se vai, nesta quarta feira de cinzas, com ruas ainda cheias de confetes, serpentinas, a vida vai voltando ao normal, o ano começa afinal, e todos nos ficamos aqui a espera de boas novas, e noticias que nos alegrem tanto quanto uma escola a ganhar o campeonato.
Enfim 2011!
D.S.L