Há quem pergunte o porquê de uma parada gay, quem diga ser desnecessário instituir um movimento para causa, e que tudo não passa de uma grande desculpa para festejar, há quem diga que desta forma não se luta por coisa alguma, mas com toda certeza os proprietários destes pensamentos não são gays e nem os amigos que chamamos carinhosamente de “simpatizantes”, e deste tipo de movimento só conhecem o que lhe são transmitidos pela televisão, nunca enxergaram de perto todo o colorido, alegria, nunca sentiram a energia que emana de cada corpo em movimento pela dança e musica que parecem gritar para assustar o preconceito daqueles que rotulam sem conhecer, sem saber, sem respeitar.
Confirmo que tudo é motivo de festa sim, pois o que ninguém critica ou julga são todos os outros dias os quais vivemos “dentro do armário”, calados para uma sociedade que ainda nos amedronta, e que em alguns momentos vestida de hipocrisia nos remete a pensar que o preconceito acabou, sendo que a violência, discriminação e consequentemente a falta de respeito continuam latentes seja na hora de procurar emprego, assumir-se para família, ter direitos constituídos como qualquer outro cidadão, enfim ter direito a amar, ser amado e viver este amor tão castigado e visto como estranho por muitos, quando em essência o amor por si só não conhece cor, sexo, raça, é somente amor e mais nada.
A finalidade deste movimento é provar de uma vez por todas que a homossexualidade não é um dragão com sete cabeças que cospe fogo e machuca as pessoas, é literalmente parar um dia que seja toda uma cidade para que ela conheça a face de muitos que se escondem não por opção, mas por imposição, seja ela qual for.
A parada é gay para mostrar que o coração é humano e digno de respeito acima de qualquer coisa.
A parada é gay para requerer direitos, aniquilar o preconceito e mostrar o quanto a diversidade nos torna pessoas melhores, por simplesmente aceitar o outro.
D.S.L