Uma amiga outro dia me ligou atônita, louca, e desesperada, com uma noticia assustadora como ela mesmo intitulou: estava namorando alguém muito mais novo, e estava apaixonada e não sabia o que fazer, então contou-me a historia toda, ouvi em silencio e ao final da conversa eis a pergunta fatídica: e ai, o que você acha?
Ora, essa, o que acho? O que eu sempre acho sobre tudo: esta feliz? Esta te fazendo bem? Então onde esta a loucura, porque do susto, já que se trata de um bom sentimento?
Mas ele é uma criança, dezoito anos, gritava ela ao telefone, dezoito anos repetia ela, como se não acreditasse, um pirralho.
E o que há de errado? Você também já não teve dezoito anos? Ela me respondeu: por isso mesmo, nessa idade não sabemos o que queremos ao certo, então lhe perguntei quantos anos tinham todos os outros que ela havia namorado ou se envolvido e que nada sabiam?
Ela se calou por alguns instantes e respondeu que eu tinha razão, não contente me perguntou o que faria se ele a fizesse sofrer ou brincasse com seus sentimentos, e então lhe respondi: a mesma coisa que você fez com todos os outros que lhe fizeram sofrer: esquecer. Não contente ela queria saber o que de tão apaixonante ele tinha para lhe encantar tão cegamente, argumentado que ele era todo lindo por dentro e por fora, lhe respondi que ele tinha brisa fresca de uma tarde de primavera, ela quis saber o que ao certo isso queria dizer, e cá estou eu, a lhe responder mais essa pergunta.
Brisa fresca de uma tarde de primavera…
Os anos vão passando e ao passo que se vai vivendo, experimentando, aprendendo, consequentemente perdemos ao longo de tantas historias pedaços de nós que entregamos ao outro, e assim nunca somos a mesma pessoa depois que se conhece o ponto final de uma historia que para um dos lados não deveria ter acabado, não naquele momento.
Não creio que se ama apenas uma vez em toda uma vida, pois a vida e o amor são vastos de mais para se viver uma única vez, e com cada amor aprendemos, e vivemos coisas novas, mesmo que eles pareçam terminar da mesma maneira.
É inevitável, ao final de cada historia querer montar uma cartilha para não cometer os mesmos erros, ou não se deixar levar pelas mesmas conversas, ou esperanças, etc. Inevitável querer trancar o coração e ter vontade xingar quem ousar bater a porta querendo entrar, e são inesgotáveis as vezes que isso ocorre, mas o assunto é uma brisa fresca de uma tarde de primavera, e isso meus amigos é coisa muita rara.
Quando se encontra um sentimento capaz de receber este titulo, pode se dizer presenteado pela vida, pois esse é o tipo de amor que sabe enlouquecer, que te pega pelas pernas, braços, cérebro (muitas vezes a gente nem pensa mais, só o coração que bate e nós obedecemos), é aquele tipo de felicidade que te faz sorrir ao amanhecer, fantasiar com o eterno, ter medo só de pensar em perder, não saber como comer, ou andar, ou qualquer outra coisa costumeira como tomar um sorvete em tarde quente de verão caso ela deixe de existir, pois esse tipo de sentimento te ensina a viver uma outra vida, te realiza um velho sonho que talvez tenha se perdido por tantas historias que lhe machucaram o coração.
É o tipo de amor que lhe lava a alma de pureza, ingenuidade, e por ser tão belo, teimamos em querer encontrar algum erro, algum motivo tolo e tosco para se defender, seja idade ou qualquer outra coisa.
Brisa fresca de uma tarde de primavera é como toque das mãos do ser amado, leve, tranqüilo, simples. Não olha: encanta, não sorri: deixa em estado de graça, não abraça: envolve a alma, e só acreditamos que é real por estarmos com os olhos abertos, mesmo assim a quem não se permita vive-lo, pois o medo de acordar, abrir os olhos e não o encontrar cria maneiras de afastá-lo com incontáveis desculpas.
Portanto, permita-se.
D.S.L
É incrivel como você me conhece mais que eu mesma…
Pode deixar que vou me permitir, e deixar me levar por essa brisa fresca …
Te amo e não esqueço um dia de você
Voce é muito especial.. e tem espaço certo no meu coração!
CurtirCurtir