De futebol mesmo eu não sei quase nada. Sei que ao todo são vinte dois jogadores, exatamente onze para cada lado, divididos em dois goleiros (um para cada lado também), atacantes são os que fazem gols, zagueiros os que defendem, e os jogadores que sobram não sei ao certo pra que servem, uns ficam no meio do campo, outros nas laterais, e alguns fazem tudo ao mesmo tempo, são aqueles que os comentaristas dizem “que saem em busca do jogo”, esses acabam sendo os melhores, pela pouca técnica que adquiri vendo alguns jogos.
Agora… impedimento, tiro de meta, a diferença entre lateral e escanteio, em qual área se da um pênalti, e todas essas outras regras não me pergunte, sou uma negação, e tirando os jogos da copa do mundo, dificilmente eu paro em frente a televisão pra assistir futebol.
Muita gente critica, falando que mulher só quer saber de jogo nessa época, não é lá verdade, pois tudo é uma questão de gosto, tem mulheres que gostam de futebol, outras não, como também têm homens que não gostam, e por ai vai.
Mas copa do mundo vai alem de um simples jogo de futebol, e não é somente pelo churrasco que reúne amigos e familiares, ou por poder pintar as unhas de verde e amarelo e não parecer cafona, admirar em campo homens bonitos com corpos sarados (nem todos), ou ser dispensada mais cedo do trabalho durante os jogos, tudo isso influencia nesse interesse generalizado e muitas vezes repentino, mas quando seu pais esta entre as seleções que disputam os jogos, é como se você experimentasse o sabor de estar disputando não lutas cotidianas muitas vezes realizadas apenas para manter a sobrevivência, é como estar envolvido em algo maior, que não nos rendera nada alem da alegria tão ingênua contida em toda festividade.
Muitos criticam esses tempos de copa: “o pais para”, “não se fala em mais nada a não ser futebol”, “o mundo parece não ter problemas mais graves”, ao menos aqui no Brasil é assim, todos os outros problemas ficam menor diante de uma contusão de um de nossos jogadores, ou expulsão, briga, e qualquer outro motivo que possa tornar ainda mais árduo o caminho a vitória do campeonato, o que muitos esquecem é que o futebol faz parte da cultura deste pais, nossa seleção é reconhecida como uma das melhores, exportamos jogadores para o mundo inteiro.
Gostaria de perguntar aqueles que desaprovam toda essa comoção diante da copa do mundo, se algum deles quando vai a uma festa qualquer, fica em um canto pensando nos problemas da vida ou do mundo? Quando você vai a uma festa não carrega no pensamento as ameaças de bombas atômicas, atentados terroristas, assaltos a mão armada, não se leva na bolsa a corrupção do senado, o saldo negativo do banco, não se sai de casa vestindo tristezas ou ornamentado de problemas que não poderá resolver.
Esse um mês e pouco de jogos e toda comoção diante do nosso tão belo verde e amarelo, serve a nos brasileiros, povo tão forte e lutador, como refresco diante de problemas crônicos que não superamos ao longo desses quinhentos e tantos anos de Brasil, serve para termos orgulho de sermos bom em algo que chama atenção do mundo inteiro, nos revestindo de uma alegria quase que insana diante de um gol, faz a todos igualmente se libertar de suas perdas e junto aos onze jogadores nos sentir vencedores, melhores do mundo, talentosos, habilidosos, donos de dribles sensacionais, e tudo isso por vestir uma mesma camisa que parece servir ao mesmo tempo a mais de cento e noventa milhões de corações, pulsantes, diante de um hino que nos torna confiantes da vitória quando diz: “que um filho teu não foge a luta”, cantado com o corpo em arrepio por sentir orgulho de fazer parte dessa nação.
Traz o Hexa Brasil!
D.S.L
* Menção ao Hino Nacional, Autor: Joaquim Osório Duque Estrada