Não nasci pra ficar tranqüila, serena, calma como as águas de uma lagoa doce, tudo em mim é movido por força, sem limites, deleito-me no infinito.
Sinto paixão pelo meio termo, gosto de tudo que ilusoriamente não vejo ter fim, como o mar, ora com ondas gigantescas, ora na calmaria da ausência de ventos, não a revelia, mas a sua própria escolha.
Tenho ânsia por novas emoções, sabores, amores, desamores, sensações que nos tiram do serio, sacudindo a alma, pulsando as veias.
Vontade pelo que me faz roer as unhas, coçar a cabeça, sentir as pernas bambas a ponto de não saber onde estou.
Noites de sono perdidas que anseiam a chegada de um novo dia que trás novas expectativas.
Eu quero o contrario do tédio, a inversão da inércia, saber a palavra certa que codifica todas as portas, escancarando-as para que eu possa passar com minha banda de amigos loucos a cantar e a sorrir, entoando a oração capaz de me levar até o céu.
Tenho gosto pelo que me faz o corpo arrepiar, pela felicidade sem sentido que me enlouquece, pela vontade de dançar até não mais suportar tocar o chão.
Tudo em exagero, menos a dor, tudo em um acelerado desespero menos a tristeza, tudo, e todo o mundo, com seus mistérios, porem sem neuras, livres os seres que caminham pela vida com o coração aberto, ora flechados pelo amor, ora bombardeados pela dor, etapa que não se escapa quando o caminho desejado é o de ser feliz.
Quero olhar nos olhos e sentir na alma o toque de todos os sentimentos, povoar a minha historia de gente em “estado” de excesso, numa perpetua perseguição para alcançar a si mesmo, e a todos os sonhos, tendo como objetivo final de sua historia um ultimo, sincero e único sorriso, encerrando o plano como um pássaro que jamais deixara de voar.
Quero ter uma melodia eterna nos ouvidos, e no pensamento palavras que ensurdeçam o mundo, calando a boca da mediocridade, matando a crueldade e inspirando covardes a viverem intensamente.
Abrir os olhos pela manha e encantar-se com tudo, enxergar a todos não como náufragos a pedirem socorro, mas sim navegadores disposto a contemplarem a terra vista em seus sonhos.
Acreditar no passe de mágica, nos sonhos que me fazem voar a conhecer o desconhecido, amanhecendo-me com o corpo ainda cansado de tantas estripulias, acreditar nos anjos, arcanjos e querubins que com todo encanto e doçura dançam às vezes em volta de mim, trazendo dos céus essas coisas todas, meio loucas, sem fim.
D.S.L