Cada geração fica conhecida por suas lutas, ideologias, conquistas, e historias que ajudam à geração seguinte a também lutar, pensar e crescer, deixando assim um: “é possível mudar algo, vencer e perpetuar na historia como marco de vitória em alguma área, para isso basta acreditar e se mexer”.
É como uma corrida de bastão, onde o próximo a apanhá-lo deverá correr, dando ainda mais de si para conquistar algo novo, assim vem sendo de geração em geração até hoje, ou melhor, até ontem, pois por tudo o que tenho visto, ouvido e principalmente sentido, percebo que a minha geração deixou o bastão cair, parando a corrida e desprezando aqueles que em algum momento dependera de nós para pegar novamente o bastão e correr em busca de sua historias e vitórias.
Pergunto-me sobre o que a minha geração será lembrada?
Ninguém quer nada com nada, ninguém quer nada além do próprio mundinho, do próprio umbigo, da própria satisfação.
Nada precisa ser muito aprofundado, existe uma espécie de medo de pensar por si mesmo, estamos sempre a imitar, como micos de circo, mas o palco em questão é o da própria vida, e sendo imitadores eternos, nunca seremos nós mesmos.
Contraímos certa alergia ao conhecimento que liberta, e a sentimentos que enobrecem, cruzamos os braços e nos tornamos personagens de uma historia que ninguém prestara atenção, pois a escrevemos com um desinteresse tremendo, quem nos ler não ira ter motivação de seguir para o segundo parágrafo.
Seremos lembrados como a geração da globalização, isso deveria ser sinal de uma cultura mais ampla, e de pensadores mais conscientes, pois temos ao alcance de um click qualquer assunto, qualquer livro, qualquer musica, e o que estamos fazendo com isso? Estamos copiando, é o “ctrl + c” que impera em trabalhos escolares de pesquisa, e também em nossas relações, não é preciso mais se dar ao trabalho de explorar a si mesmo quando se quer dizer alguma coisa sobre algum sentimento, simplifica: joga em alguma site de busca: amor, amizade, carinho, mãe, e sem ler é claro, ler alias da trabalho, (e trabalhar também não é a nossa, nos queremos tudo na moleza), e então lhe aparecera um infinito de poemas e textos que lhe servira naquele instante. Ah! Da uma de esperto e nem credita a quem é de direito as palavras encontradas, se quem ler também não for lá muito preocupado com essas coisas, você poderá jurar que é de sua autoria.
Pergunto-me sobre o que a minha geração será lembrada?
Seremos lembrados pelas grandes festas de horas e horas, onde “pilhados” por sons eletrônicos e danças esquisitas, deixamos o corpo livre, e o pensamento vazio, cheios de um nada que não nos leva a lugar nenhum, ensurdecidos pela falta de palavras. Seremos lembrados pelos placares de quantos conseguimos beijar em apenas uma noite, lembrados pelo que esquecemos, as bocas sem nomes que conquistamos pela duração de um beijo, para muitos isso tem sido o mais próximo que se chega de um relacionamento.
Lembrados pela estética, por esse culto à beleza a qualquer preço, pelas roupas que equivalem a um salário inteiro, por tudo o que nos torna mais bonitos por fora e mais ocos por dentro. A era das plásticas, das mulheres frutas que limitam seu talento a seios e bundas, ah e é claro a alguma dança que os façam sacudir.
Hoje em dia temos milhões de amigos virtuais e bem menos reais. As crianças sendo transformadas em mini-adultos com crises de depressão, stress, já não brincam, para muitas imaginar e fantasiar é algo bobo, perderam o encanto de ser criança, tornaram-se sensatas.
A droga cada vez mais forte na rotina de qualquer um, válvula de escape para esquecermos do nada que somos, destruindo tudo a sua frente: família, corpo, mente, aniquilando a sociedade, antecipando a morte e dando coragem a crimes cada vez mais bárbaros, enchendo as calçadas de moradias cada vez mais e mais cedo, o trafico servindo de primeiro emprego a muitos, trazendo uma falsa idéia de poder e oportunidade.
Uma historia sem ideologia, conteúdo, uma historia sem historia, celebrada pela falta de encanto, de paixão.
Seremos lembrados pela geração que foi capaz de matar nossos próprios pais, filhos, irmãos, por inveja, por pobreza de espírito, por ciúme, por falta de amor, conveniência ou qualquer outro motivo fútil.
Seremos lembrados, quando melhor mesmo seria sermos esquecidos pela incapacidade de escrever algo que valha a pena, sendo mais assustador ainda o fato de isso não incomodar ninguém.
E você pelo que será lembrado?
D.S.L
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A Geração Y, também referida como Geração millennials ou Geração da Internet[1] é um conceito em Sociologia que se refere, segundo alguns autores, à coorte dos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 até meados da década de 1990, sendo sucedida pela Geração Z.(fonte: http://pt.wikipedia.org/)