Somos ilimitadas, há um símbolo que poderia nos definir: o circulo, por não ter fim ou começo após o ponto de inicio.
Carentes, guerreiras, choronas, determinadas, românticas, corajosas, mas o que não aceito é quando somos chamadas de sexo frágil, pois definitivamente essa característica não engloba nossas infinitas qualidades.
Muitos se perguntam por que a mulher merece um dia instituído a sua existência, os motivos são vários, repletos de momentos históricos marcados por lutas que até hoje permanecem em pauta, por ainda sofrermos com o desrespeito de quem acredita que ser mulher é ser menos.
Ser mulher é ser mais, e os homens que me perdoem, mas de fato temos mais coragem do que eles, pois nos é dado o maior de todos os desafios: ser mãe, crendo eu, ser essa a tarefa mais difícil do mundo, portanto a que exige mais coragem.
A quem veja o 8 de março como um dia a ser lembrado por muitos e também muitas pelas ofertas, homenagens e “bobajadas” de lojas de roupas femininas, salões de beleza, supermercados, etc. Dando uma falsa idéia de futilidade à homenageada.
A data merece ser lembrada por esse universo feminino tão complexo e de tão difícil entendimento por parte de alguns homens e segmentos da sociedade, merece ser lembrada pelos rostos machucados, pelas mãos calejadas, pelos colos acolhedores, por tudo que passamos para ter o direito de pensar e dizer aquilo que pensamos.
Ainda hoje temos marcas de violência, no corpo e na alma, diminuídas por salários inferiores aos dos homens, desprezadas quando nos é negado um cargo superior, incompreendidas nos relacionamentos quando falamos de amor, por acreditar nesse sentimento que dentro de nos tudo movimenta. Para muitos somos um bicho de sete cabeças, e o pior: um bicho que precisa ser domesticado, ao léu de sua vontade própria, consentindo com um silencio imposto.
A quem diga que lugar de mulher é na cozinha, no tanque, a quem sonhe em ter uma companheira não para dividir a vida, mas sim (não para dividir também) as tarefas diárias como: lavar, passar e esperar o esposo com um belo sorriso nos lábios.
Acredito que hoje as mulheres sorriem mais e não necessariamente somente a seus esposos, como coadjuvantes, sorrimos quando temos vontade, ao conquistar uma vaga no vestibular, quando participamos da cidadania com o direito de voto, ao subirmos nos palanques defendendo nosso ponto de vista, a inundar o mundo com palavras doces cheias de ricas poesias, na musica com belas e fortes vozes, na pintura, no cuidado, na vida, somos bem mais mulheres todos os dias, somos nós que damos a tudo uma nova cor, um toque de sutileza, uma razão mesmo onde não há fundamentos.
Não a salto alto que nos empeça de correr, não a esmalte fresco que nos atrapalhe a colocar a “mão na massa”, não há escova que nos tire o direito de um banho de chuva, nem maquiagem que nos iniba a vontade de chorar, temos nossos orgulhos e imperfeições tão comuns a qualquer ser humano, somos diferentes dos homens por varias razões, as quais fazem a muitos pensar que somos incapazes, menos merecedoras, “mulherzinhas” como ouvimos por ai, com suas coisas de mulher, que na verdade nenhum homem vive sem.
Para nós não basta conquistar o mundo, poder, dinheiro, um bom salário, não basta ter, queremos poder ser, cada vez mais, simplesmente mulheres, amadas, amantes, únicas e respeitadas em direitos e deveres.
D.S.L
Nesta semana em homenagem a mulher cito alguns nomes de mulheres as quais admiro: minha mãe Nair, minha avó Irene, Elis Regina, Clarice Lispector, Maria Bethânia, Elis Barbosa Lima, Chiquita Marcondes, Zilda Arns, e tantas outras que com suas peculiaridades me ensinaram tantas coisas. Homenagem também a todos os homens que sabem respeitar e admirar o ser mulher.