Ninguém quer ser comum, ou “apenas mais um na multidão”.
Difícil encontrar alguém que não esteja em busca de seus 15 minutos de fama, desejando é claro que esta fama dure pelo resto da vida, seja ela de qualquer natureza. Prova disso são as milhares de inscrições que diversos reality shows recebem.
Neste ringue vale tudo: ex-namorada de jogador de futebol, ex-mulher de cantor, ex alguma coisa, mas muitos são pessoas comuns, com seus empregos e vidas comuns, que decidem sem temer retaliações expor o que deles próprios?
Pergunto-me o que afinal de contas eles têm para nos oferecer? Muitos são aspirantes a atores, cantores, escritores, “artistas”, mesmo que doutorados em um curso feito por correspondência, famosas subcelebridades, muitas delas a sombra de algum famoso consagrado.
Colocam assim em cheque sua sexualidade, sotaque, jeito de falar, andar, chorar, expõem o ser humano que em essência é apenas mais um, comum, com uma carga empírica de conhecimento, com uma ou outra historia engraçada pra contar. Muitos expõem o quanto o ser humano pode ser fofoqueiro, dissimulado, falso, egoísta, arrogante, violento, desrespeitoso, feio, louco, ou doce, inteligente, determinado, o famoso “gente boa”.
Aguçam em muitos um fetiche oculto de uma espécie de voyeurismo, noutros o conhecimento de vivenciar modos de vida diferente, com pessoas provenientes de vários outros estados, com modos de vida diversos, sendo isso muito pouco para conhecer a cultura de uma gente.
O talento é o único requisito capaz de sustentar: fama, sucesso, dinheiro, reconhecimento e valor, (vale também para a vida longe dos holofotes) é apenas ele que transforma pessoas comuns em personagens imortais, figuras ilustres, dignos de pertencer uma eternidade de fãs que permanecem de geração em geração.
Raros são os casos, em que a fama é firmada face o simples fator de existência, pois é preciso ter algo “a mais”, mesmo que de péssima qualidade, assim muitos oferecem o corpo (o qual também uma hora despenca), outros conseguem em meses serem lembrados pelo resto da vida carregando um fardo de rejeição, por jogos sujos e manipulações diversas, a qual o publico não engole.
Para alguns é um passeio, um descanso da vida comum, uma aventura causada pela convivência com pessoas desconhecidas, criando amizades que pertencem em mesma proporção força e efemeridade.
À de se pensar mais nisso, à de se perguntar: Para quem é preciso ser importante, por quem querer ser lembrado ou pelo quê querer ser lembrado?
Ninguém quer ser só o que é, plantou-se uma idéia de que isso é pouco demais, dando as pessoas à falsa ilusão de que a qualquer custo é necessário ter certa importância. Pergunto-me novamente, importância de que? Pra quem?
Importante na vida de cada um a de ser nossos pais que um dia irão embora deixando-nos uma saudade que acredito nunca passar, os amigos escolhidos, aquele professor inesquecível que lhe deu a chance de descobrir um mundo novo e vasto de conhecimento, o primeiro de muitos outros amores, as poucas pessoas que verdadeiramente um dia se importaram com você.
Importante à de ser cada um em sua maneira: o político que não rouba (eu sei ta difícil), o medico que se formou não para ter uma placa com seu nome em alguma sala de um prédio luxoso, mas sim com o intuito de salvar vidas, de fazer mais, o advogado( eu sei ta difícil também) com sede de justiça que não advoga apenas em causa própria, a pessoa que esta do seu lado todos os dias lhe é importante, quem lhe serve é importante, a quem você serve também é importante.
Importante são as pessoas que estão em nossas vidas, senão todos os dias, mas por algum tempo, senão por algum tempo, mas de alguma forma que as transformam em imortais ao menos em nossa memória.
Para quem nos ama somos pessoas mágicas, encantadoras, com direito a tapete vermelho, flashes, e tudo mais na passarela do coração, essenciais para quem verdadeiramente importa.
D.S.L