No inicio fazemos sentido para a vida de nossos pais, irmãos, familiares, para nós sobra todo o transbordamento de carinho, atenção e dedicação que nos é dado, é uma relação cômoda, tudo o que temos a oferecer são alguns poucos sorrisos, mal conseguimos engatinhar e isso pertence um charme imenso, precisamos de ajuda ate mesmo para o banheiro, e mesmo essa troca sendo tão maior para eles, todos vivem felizes.
É como se o simples fato de você existir, fosse a coisa mais importante da sua vida e da vida daqueles que lhe cercam.
Depois vem a idade da pré-escola, as regras começam a surgir, você é imposto a limites e pequenas obrigações, mas mesmo assim o fato de você existir ainda permanece como a coisa mais importante da sua vida e de todos ao seu redor.
Na fase da adolescência, você mal sabe se existe, e então começa a se perguntar pra quem ou pra que você faz sentido. Na vida de seus pais você passa a ser alguém que precisa crescer, amadurecer, e então tudo o que eles lhe ofereceram na fase inicial de sua vida é cobrado em dobro, o denguinho, o “gu-gu-dá-dá”, a pirracinha e as gracinhas já não surtem o efeito de antes. Você tem que crescer!
Você cresce, e crescer dói, e na adolescência dói num tamanho tão enorme que as vezes parece que nunca vai passar, e então queremos ser importantes, não somente para a vida de nossos pais, queremos fazer sentido no mundo, nas pessoas, em nos mesmos.
Quando a adolescência acaba, acaba com você grandes coisas, que mais tarde tornam-se pequenas, pois descobre-se que na verdade era você que ainda não tinha tamanho para encara-las.
Tudo parece possível aos 17anos (risos), conquistar o garoto mais bonito, ser um pop-star, um astronauta, tudo é permitido, tudo tem um cheiro novo e embriagante. Faz-se grandes planos para um futuro incerto, tomamos certezas que mais tarde passam de absolutas, para obsoletas.
Aos 20 anos, chegam os primeiros princípios, pudores, temores, neuroses, e então começamos a encaixar lenta e dolorosamente nossos sonhos na realidade, que vai perdendo aos poucos o brilho dos anos onde tudo era tão fácil.
Passamos a nos dar importância, buscando reconhecimento, tentando acertar cada vez mais, e a cobrança que provinha de fora, agora é interna, uma divida com nos mesmos que parece nunca ter fim, ao menos para as almas inquietas que não se cansam de buscar.
Os anos vão passando, cada dia uma nova descoberta sobre você, sobre essas tantas pessoas que vamos sendo ao longo da vida, milhões de emoções, sensações, e visões de tantos ângulos, de tudo o que a gente procura ver.
A sensação de sempre estar caminhando rumo a uma nova pessoa, no final, afinal de contas, o que vai acontecer? Quem você será?
Com que palavras terminara sua pagina, para em seguida começar uma outra historia onde tudo o que importa é fazer sentindo não somente em sua vida, mas na vida de outra pessoa que não lhe ensinou a andar, mas que te dará a mão para caminhar junto, para somente sentir que sua existência torna ao menos aquele mundo, seja entre quatro ou dez paredes algo insubstituível.
O sentindo desde o principio é importar para alguém!
D.S.L