“Foi no carnaval que passou…”

Ele sempre chegou sem avisar, mas este ano ele não apareceu se quer um momento que fosse.

Eu havia pressentido que ele não viria, por isso o procurei durante alguns dias entre fotos, fantasias, confetes e serpentinas dos carnavais passados. Mesmo assim não o encontrei.

Na fantasia ainda restava o cheiro de suor, água e fumaça das noites em que envolta a uma alegria superior a qualquer realidade, eu estava lá brincando de ser outra criatura.

Nas varias fotos que paralisaram sorrisos, amores, e todas as cores dos carnavais passados, meu olhar borrou tudo em preto e branco, ele também não estava lá.

Encontrei meu velho nariz de palhaço, junto a peruca colorida que fantasiou outrora a minha liberdade e vontade de estar sempre no palco da vida, sorrindo para a multidão, mesmo que logo na solidão do camarim, ou diante do espelho ao retirar a maquilagem eu borrasse os olhos com as lagrimas da alma do palhaço que deixa de existir ao abandonar  a fantasia.

Tentei lançar aos céus os confetes, serpentinas e tudo mais para tentar desenhar novamente um arco íris de luz, cor e alegria que em tantas outras harmonias foram cantadas, entre passos trocados, embriagados pela euforia de brincar o carnaval. Resgatar na memória as ruas por onde meus pés passaram enfeitiçados por uma leveza que sobrepunha qualquer outro pensamento que não fosse a felicidade daqueles momentos onde tudo mais era deixado pra trás.

Não o encontrei em parte alguma, não pude resgata-lo, pois ele sempre esteve dentro de mim. Toda a vontade, alegria e euforia estão aqui, nunca em outro lugar, porém este ano não serão integrantes de algum bloco, guardei minha fantasia, para me vestir da realidade antes que a quarta feira de cinzas se encarregasse como todos os anos de faze-la.

Ano que vem ele volta, quem sabe vestido de uma alegria ainda mais colorida, com uma saudade enorme de cultuar esses dias, onde tudo é esquecido, perdoado e nada, absolutamente nada é pecado.

D.S.L

 
 
 

 

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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