Feche os olhos…
Perca-se dentro de você primeiramente…
Busque o melhor que pode sentir, sinta seu corpo, todo o sangue correndo nas veias como uma correnteza.
Sinta medo, pavor, rubor…
Sinta paixão, excitação, loucura, vida, morte, resuma tudo em um momento e transforme todas essas sensações em amor.
Comece a tocá-la, como um pianista dedilhando uma composição sem partitura, sem rumo certo.
Tenha medo…
Olhos permanentemente fechados, sinta seu corpo pedir algo que esta a sua frente, como um naufrago que sonha em tocar novamente a terra.
Toque-a, sinta, percorra, viaje não apenas num corpo, desligue-se da matéria, se perca e perca o medo. Deixe que seu coração se ilumine e lhe guie.
Toque seu corpo não apenas com as mãos que neste momento com certeza estarão tremulas, suadas e pálidas de tanta vontade, de tamanho desejo, imagine que suas mãos já não são mãos, que seu corpo já não é mais corpo, liberte-se da matéria.
Posicione-se diante dela como um rei diante de sua rainha, reverenciando-a, posicione-se com a mesma doçura de quem dança a valsa do primeiro amor.
Permita que seus ouvidos escutem a musica que ela ira compor a cada gemido, a cada espasmo, a cada grito.
Não deixe que suas mãos desfaleçam do corpo dela, percorra seu pescoço, não atentando apenas para a carne, persiga sua jugular com a sua boca.
Embreague-se no cheiro de seus cabelos ainda com a boca perseguindo toda a vida que pulsa em sua veia.
Olhos fechados, mãos que a seguram cada vez mais firme, cada vez mais forte, sem machucá-la, tenha o mesmo cuidado que um jardineiro a cuidar de sua rosa favorita.
Beije-a, beije-a, beije-a com paixão, com ardor, com amor, percorra sua língua pelo céu aberto de sua boca, como quem degusta uma pedra de gelo em uma tarde de verão, engula todo o sabor que a boca dela oferecer.
Despeça-se de seus lábios, sinta novamente o cheiro de seus cabelos, viria e beije sua nuca, massageie suas costa com maciez de sua língua, viria novamente, ela neste momento já estará percorrendo o caminho onde se entregara totalmente a você.
Tome seus seios de assalto, beije-os, lambe-os, lambuze-os, deleite-se e deixe que seus ouvidos ouçam a melodia que ela estará entoando com ainda mais paixão e vida.
Deslize suas mãos pelo seu corpo como se estas fossem capazes de fazer desaparecer cada cicatriz que já fizeram naquele mesmo corpo, tantas vezes tomado sem amor, sem sentimento, apenas pela carne, pelo desejo, pela paixão efêmera, ou ainda por vaidade.
Peça permissão com o olhar para que ela se abra, toque-a neste momento de entrega, sinta cada pedaço que ela esconde, sinta sua parte pulsando, úmida, prestes a banhar-te tamanho o desejo de ser sua.