Eu te amei com todas as cores, cheiros e sons que vivem no meu mundo perfeito, que a minha imaginação cria, e que o meu coração habita sem medo.
É verdade que eu inocentemente te queria pra sempre, no fundo sempre soube que o “nosso pra sempre” haveria de acabar, e que por varias manhas eu estaria acabada, como nos dias tristes de inverno onde a gente não quer sair da cama para enfrentar o frio, eu não queria sair da cama pra enfrentar mais um dia sem você. Sabia também que essas manhas iriam passar, e se transformariam novamente em lindas manhas de primavera, onde eu acordaria cantando, feliz assim por nada, como um passarinho que acabou de descobrir que voar é possível. Sabia que iria passar, e que a vida voltaria pra mim, plena, com todas as cores, cheiros e sons que existem no meu mundo perfeito.
Eu ainda não sei se foi por falta de tempo, ou de convívio, não sei o que houve, queria apenas te dar um pouco desse meu mundo, te mostrar que na vida é possível conquistar um pouco de tudo, mas que amor a gente não conquista pouco, porque pouco pra quem ama é insuficiente, pra quem ama tudo tem que ser exagero.
Entendo-me assim: entregue; gosto da sensação de estar a beira do abismo, e me lançar sem reservas na esperança que alguém esteja a minha espera pra me segurar no colo, ou ao menos juntar os pedacinhos meus que ficam espalhados após a queda. Queda perigosa, mas precisa!
Hoje eu estou aqui, feliz, plena, admirando a minha manha de primavera ainda no outono, e me perguntando quando eu encontrarei no final do abismo alguém que não me deixe chegar ao chão, por se sentir especial e melhor ao meu lado .
D.S.L