Não sei o sentido, tão pouco a direção, o mundo as vezes é tão pequeno quanto a janela do meu quarto, lá não estou, jamais estive escondida atrás de qualquer moldura, o horizonte por mim não é observado , o que me motiva é essa obstinação de meus passos em busca do infinito.
O peito as vezes sufoca e então o desejo latente de rasgar as vestes fazendo-se assim enlouquecer diante da luz, do calor, do frio, da chuva, do vento; não importa pois a ânsia de sentir todas as emoções rente a pele quase que dilacerando a alma é imensurável, tão sublime quanto a beleza de um arco íris quando corta os céus, o qual a ciência tenta explicar, mas a mim resumisse em beleza e divindade.
A ciência que cuide de sua ciência tão contestável, tão duvidosa, e tantas vezes fadada ao fracasso em busca de mistérios que não se explicam, pois a vida é um labirinto infinito de novos acontecimentos.
Que se danem as lógicas, as razões, as equações, as probabilidades, a mim já não importa o que precisa ser ou ter, tudo o que me basta é irreal e ainda que se desfaça em uma fração de segundos, existe, persiste, acelera o coração e encanta a alma que aos berros clama pelo que os olhos incrédulos alheios a fé julgam impossível.
Que a matemática se entenda com suas probabilidades, quero o que não é exato, o ponto de reticências, a conta que não fecha, mas sim a que transborda sempre positivamente como o sol que se derrama no entardecer sem calcular sua posição exata. Tudo o que pode ser medido não se faz belo.
Perca as contas, viaje sem números, ponteiros, perca-se, pois só assim ganhara a vida e ao final das contas não matemáticas saberá que ela valeu a pena ainda que finda.
Vem dos anjos, vem de Deus, é o que faz o coração pulsar, é o momento da vida pelo qual respirar faz sentido, é o amor, o bem, a paz!
Escapo de pensamentos sombrios. Aqueço as mãos geladas e tremulas diante de palavras que rabiscam mais que uma folha em branco: ditam as coordenadas ora fazendo sorrir, ora fazendo chorar, tantas vezes angustiadas sem liberdade, pois o sentido não tem rota, e então devanear faz-se necessário para sobreviver a esse amontoado de gente perdida que caminha inutilmente em busca de uma vida sem sonhos, encanto ou poesia.
Fez-se em mim todo o encanto, o bom, o humilde, o belo, não flerto com o mal, não durmo com meus erros, adormeço em meus sonhos, acreditando que o sol os trará a qualquer hora do dia para bem mais perto de meus olhos, eis que os tenho em mim e isso não é o que me resta, pelo contrario é o que me sobra.
Espalhe sonhos, pulverize bons pensamentos, tenha a fé como escudo e assim também serás capaz de enxergar a beleza dos anjos.
D.S.L