Um tal “João de Santo Cristo”*

Vem ai: mais um ano eleitoral no nosso querido amado, salve, salve, Brasil!

Muito em breve iremos ver, ouvir, ler, reler e até mesmo nos cansar da mesma ladainha que em muitos casos beira a bizarrice eleitoreira a qual somos submetidos, e mesmo assim tentar analisar propostas, posturas e condutas na tão famigerada corrida eleitoral, para quem sabe conseguirmos eleger alguém que faça alguma coisa que não seja apenas em prol de seu “bel prazer”.

Político perfeito sabe-se não existir, a pergunta que ando me fazendo é de onde nascem os políticos, ou melhor, de onde vem essa vontade de se tornar porta-voz da democracia? O que leva alguém a “dar a cara” pra bater em prol do bem comum?

Tive a oportunidade de conhecer políticos de perto, e a impressão que tive da maioria deles é que poucos fazem idéia do que seja legislar.

Legislar não é somente criar leis (algumas delas impossíveis de saírem do papel), mas sim criar meios e formas de ajudar e garantir direitos relevantes para o bem da sociedade.

Hoje em dia esse bem social é visto na vertical, quando na verdade precisamos olhar o mundo e a todos horizontalmente, tendo assim um campo maior, igualitário e infinito de visão, verticalmente se vê apenas alguém muito parecido com você a sua frente e não o coletivo. Percebo isso nas famosas bancadas, as quais tem se proliferado numa rapidez digna de inveja a qualquer coelho, temos bancadas de quase tudo hoje em dia: católica, gay, de esquerda, direita, ambientalista, evangélica, não irei me surpreender se daqui a alguns anos nas eleições tivermos cotas de bancadas, e então teremos bancadas dos milionários, banqueiros, pensando bem, veladamente elas já existem.

Não é errado ter um ideal pelo qual lutar, brigar e querer melhoras, mas vejam bem: não há uma bancada intitulada: educação, saúde, fome, segurança social, seca, não há! Enquanto vemos nossos governantes se engalfinharem na briga e na propina por projetos bobos e sem relevância, como “cura gay”, liberação ou não de marchas de vadias, maconha, etc.; o povo padece!

Desprende-se muito tempo em investigações que nunca resultam em nada, ou melhor, em silencio, tal qual fez o senhor Cachoeira, bola da vez, e cá pra nós todos eles tem o “rabo preso”;

Enquanto se discute com afinco e com mesmo afinco gasta-se milhões para reunir chefes de estados para discutir, discutir e refletir a questão ambiental e de desenvolvimento mundial, como se fez na ECO-92, tendo como resultado um saldo negativo com o aumento do desmatamento, morte e um planeta cada vez mais insustentável, enquanto eles discutem e gastam muito para discutir, existem famílias que “bolsa” nenhuma alcança passando fome, jovens sem perspectiva alguma de futuro pois educação de qualidade passou bem longe de suas vidas, pessoas morrendo a espera de um milagre na saúde publica, antes de pensar em garantir um mundo sustentável, é preciso pensar em garantir o sustento dos seres humanos que neles habitam, sustento digno, onde qualquer um tenha o direito de escolher e não ter imposta essa falta de dignidade a qual estamos sendo submetidos.

Retornando a minha pergunta: o que move alguém querer ser candidato a alguma coisa? Foi quando lembrei uma canção, que talvez nem todos conheçam que conta a historia de um tal João de Santo Cristo*, que cansado de ver tanta coisa errada e desigual, resolve ir pra Brasília “falar com o Presidente pra ajudar toda essa gente que só faz sofrer”*,eis que encontro minha resposta na mesma canção: talvez todos eles um dia tiveram o sonho de ajudar toda essa gente, mas assim como na canção onde o João se perde em meio a suas questões pessoais, eles também não conseguiram êxito algum em sua “via crúcis”, perdendo-se em questões muito pessoais ao brilhar os olhos com os incontáveis benefícios que um cargo eletivo pode trazer.

Não deve ser nada fácil ser político, principalmente no Brasil, onde se vê cada um tendo sua fatia gorda do bolo, não deve ser fácil se manter honesto e imune em meio a tantas facilidades de se tornar rico, muito rico, diga-se de passagem.

Não sei o que esperar das próximas eleições, ou melhor, pelo andar da carruagem vendo alianças e mais alianças antes impensadas se formando em meio a largos sorrisos e apertos de mãos entre velhos, ou melhor, novos “companheiros”, posso desde já sentir o cheiro de lama onde os pés dos até então inocentes futuros João de Santo Cristo estarão pisando e fatidicamente se afundando.

“E João não conseguiu o que queria quando veio pra Brasília com o diabo ter…” (L.U)

D.S.L

* Menção ao personagem da musica Faroeste Caboclo (Legião Urbana)

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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