O coração de uma gente

Todos queremos ser, ter ou saber algo da vida.

E a vida em si, nada mais é do que o chão onde somos reconhecidos por sermos nós mesmos.

 

Pensando nisso e diante da experiência de ter morado tanto em grandes centros, quanto em cidades pequenas, eu gostaria de pedir aos moradores de cidadezinhas que ilusoriamente desdenham de suas vidas, e cotidiano por acharem que nada ali muda ou se renova, para não se enganarem, pois na verdade nas grandes cidades os dias amanhecem e adormecem como no interior.

A diferença esta no reconhecimento, no saber de onde se vem.

No olhar de cada morador reconhecer a si mesmo, cada um contando um pouco da sua historia, tecendo parte de sua vida.

Numa grande cidade, tudo muitas vezes é tão grande, que parece engolir, entontecer, entristecer. Na mesma proporção de grandes conquistas, existe a proporção de grandes tristezas, a pior delas é ver nitidamente a degradação de seres humanos espalhados nas calçadas, grandes enganos, grandes perdas, muitas vezes a perda daquilo que sabemos de nós mesmos.

Recordo-me das vezes que diante de arranha céus, fumaça, poluição sonora, visual e estrutural, eu me senti como uma criança assustada, tão pequena em meio aquele mundo enorme.

Não encontrava com sorrisos conhecidos pela manha a caminho do trabalho desejando-me bom dia, não sentia cheiro de mato, ou de casa quando retornava cansada de mais um dia onde a única tarefa realizada eram idas e vindas apressadas em meio a tantos desconhecidos, quase não encontrava flores, arvores, ou pássaros, o céu era coberto de nuvens avermelhadas, no final das tardes de primavera, não havia brisa, mas sim chuva acida.

Em noites de verão, não se via cadeiras nas calçadas, gente junta batendo papo, ou contando “prosa”, quando se adoece ninguem vem saber, ninguem pra cuidar, poucos rostos amigos.

Amizade nas grandes cidades é coisa rara, pois o tempo é curto, e quase não se tem tempo pra fazer novos amigos, porque amigo tambem da trabalho, e trabalho só se for em troca de dinheiro, ou algo.

Eu quero pedir as pequenas cidades, que permaneçam fazendo questão de serem pequenas, interiorizem-se cada vez, realizem serenatas, festas nas praças, doce de leite compartilhado com o vizinho, criança pulando muro pra “panhar” frutas de quintais vigiados por cachorros assustadores, historias e lendas dos mais velhos que juram de pé junto terem vivido, visto ou apenas ouvido falar, namoro de criança que termina com a menina indo pra cidade grande completar os estudos, casamento no salão da igreja com a cidade inteira presente e emocionada ente junta batendo papo, ou contando prosal das tardes de ver unica do, nda sua historiae sabemos de nos mesmos., natal de rua, vida compartilhada.

Para tanto, não é preciso dizer não ao progresso, pois este esta atrelado a novos pensamentos, pensadores e descobertas, só lhes peço que não permitam que a expansão de cidades pequenas, seja capaz de diminuir o coração de sua gente.

D.S.L

 

 

 

 

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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