Hoje pela manha tomando café, varias idéias me vieram à cabeça para um novo texto, pensei em falar do Natal, do Especial do Roberto Carlos(sobre isso ainda vou escrever), do tempo que não dá trégua na chuva como se estivesse descarregando todas as energias restantes desse ano que esta indo embora, uma espécie de limpeza para abraçar esses novos dias que estão a chegar.
Daí, abri o editor de texto no computador e fiquei olhando a tela branca a minha frente, abaixei a cabeça posicionando as mãos sobre o teclado, e fiquei pensando em todas as idéias, os dedos pareciam preguiçosos, como se não quisessem transpor aquilo que penso.
Tenho alguns textos encomendados pra fazer, as pessoas não se dão contam do quanto escrever é fácil, acham coisa de outro mundo, mas escrever nada mais é do que uma conversa. O que difere a escrita da fala é o posicionamento das palavras, ao escrever é preciso criar certa sonoridade, uma espécie de conexão entre o coração, a mente, as mãos que deslizam sobre as letras, os olhos que vão lendo o que vai nascendo muitas vezes sem se dar conta daquilo que esta sendo dito. Geralmente é assim que funciona.
Esta difícil escrever nesses tempos, pois tenho me recordado de tudo o que aconteceu nestes trezentos e cinqüenta e nove dias que vão ficando pra trás, e sobre esses dias, os fatos mais marcantes já foram narrados, imortalizados…
Passo horas deitada, vendo essa espécie de filme passar em meu pensamento, são flashs de momentos, pessoas, sorrisos, sentimentos, tudo vem sem roteiro, sem tempo marcado. É quase um pensamento incontrolável, mas tento ordenar o começo de cada coisa, as primeiras sensações, o frescor daquilo que passou.
Penso tudo isso e me deparo novamente com a tela do editor de texto, as mãos paradas sobre as teclas, vejo tudo tão claro, sinto-me imensamente em paz, é uma sensação que me sopra aos ouvidos que tudo valeu a pena, e que a menina naquele principio de ano, cresceu tanto em tudo o que se propôs a fazer, que agora diante dessas linhas em branco, nesses quase quatro dias que restam para terminar o ano, ela se depara com o silencio das palavras por ter em seu coração o sentimento de dever cumprido, e nos olhos a ansiedade, o brilho e a esperança que de este novo ciclo que perto esta de chegar, abrigara novas emoções, sensações e principalmente palavras a desvendar, dentro de tudo mais que a vida ira lhe ofertar.
É uma sensação de espera por novos dias, novas cores, novos sons, uma espécie de emoção diferente, envolta a uma nostalgia, como se eu estivesse guardando em mim tudo o que mais importou em minha vida nesse ano.
Enquanto eu viver jamais esquecerei, do amor que tão pequena criatura já faz transbordar em meu peito, da noite onde encontrei os olhos de cor sem nome, dos cafés da manha regados de musica e risos, do abraço forte e da amizade sincera no coração de um valente, da surpresa da sua volta e dos seus olhos que agora aprenderam a olhar nos meus sem medo, da conversa dura que transformou seu ser em alguém muito melhor, da paixão que deu novo ritmo em seu peito, do menino que escreveu sobre casas, brinquedos e biologia, do ultimo lord declamando em francês a paixão viva em seu olhar, das madrugadas cantadas, das cordas no violão, dos nuances do por do sol, da borboleta azul que voou ao meu redor e ainda não disse a que veio, dos joelhos em oração, ora agradecendo, ora suplicando.
Desse momento onde tudo o que vivi me parece tão mágico e maravilhoso a ponto de silenciar meus dedos, pacificar meu peito e fazer sorrir meus lábios.
Valeu a pena!
D.S.L