Um bichinho esquisito!
Entre a família nem se fale.
Logo no inicio houve excesso de olhares tortos e conversas controversas, seja por sua personalidade, gostos, ou aparência, os comentários se resumiam a uma única frase: que bichinho esquisito!
No circulo de amigos não é diferente.
Na adolescência usava óculos, aparelho, calçava all star vermelho, gordinha… Sempre travando lutas com seu papel e caneta seja lá onde fosse.
Gosta de beber, dança igual um patinho feio recém – nascido cambaleante, fala alto, sorri alto, chora com extrema facilidade, desafina pra cantar e mesmo assim teima, conhece umas musicas e uns cantores que ninguém nunca ouviu falar na mídia, gosta de ler, e apesar de toda a loucura criativa, sempre teve boas notas na escola.
Começou a ouvir Cazuza aos dez anos, aos treze gritava Legião Urbana pelos quatro cantos do mundo, aos dezessete Djavan, Marisa Monte, Rita Lee; Vinte anos chegou ao topo após ler por indicação de uma amiga Noites Tropicais de Nelson Motta – enlouqueceu – viajou de Tony Tornado à Dolores Duran; Aos vinte dois encarou a realidade ao “tomar consciência de uma nova juventude”, por alguém que “está em casa, guardado por Deus contando vil metal” “conheceu” Zuenir Ventura com seu “1968 O ano que não terminou”, válvula de escape para nunca mais escapar da pergunta: porque o mundo é assim?
Um bichinho esquisito!
Otimista, humanista, romântica, carinhosa (demais). Dorme sem travesseiro, não bebe água gelada, tem umas manias e um jeito de fazer as coisas que ninguém entende, acredita que pode ser pra sempre, mesmo tudo, em tantas vezes ter durado tão pouco. Crê em Deus sobre todas as coisas, porque vive com o coração de amor.
Um bichinho esquisito!
Que tantas vezes já tentou voar! Assim como a historia da águia que foi colocada por engano em um galinheiro, e que por instinto tentava voar, enquanto todas as galinhas caçoavam dizendo que ela jamais iria conseguir.
Por muitas vezes tentou, primeiro subiu no poleiro mais alto, e deu de bico no chão; ao recuperar-se subiu no paiol, sem dar ouvidos ao coro e aos risos que diziam que ela iria morrer se tentasse novamente, de fato, quase morreu; Ainda em recuperação da segunda queda escalou até o telhado, o coro no galinheiro era ainda mais alto: agora ela morre, as risadas ainda mais constantes, mas ela decidiu que se não conseguisse voar, melhor mesmo morrer, pois só assim ela deixaria de tentar.
Um bichinho esquisito que tantas vezes já se feriu, e que antes de desistir seja lá do que for, prefere partir pra sempre!
D.S.L
Foto de primata que não era visto desde 1921 – www.revistaepoca.globo.com – 19/11/2008
Quem será o bichinho esquisito???
Tú dirás que és tú, eu direi ser eu…
Então me diga, quem será?!?!
CurtirCurtir
Águias… mesmo em ninhos estranhos, sempre serão águias! Fortes, persistentes,determinadas e com uma incrível capacidade de vôo para alcançar os alvos! Beijões escriba!
CurtirCurtir