“Aqui” não é diferente!

Uma emissora de televisão há alguns meses vem exibindo uma novela inspirada na cultura indiana.

Mesmo retratando uma Índia, um tanto quanto distante da realidade, nos deparamos com a separação social existente naquela cultura, as chamadas castas, sistemas hereditários que divide as pessoas de acordo com a estrutura corporal do Deus Brahma.

É como uma pirâmide, da boca provém os brâmanes a casta mais respeitada que abriga sacerdotes, dos braços os xatrias: militares, das pernas os vaixas: comerciantes, dos pés os sudras: camponeses, e sob a poeira dos pés deste Deus estão os dalits, considerados intocáveis por em algum momento da historia de seus antepassados ter desrespeitado alguma lei da casta a qual pertenciam originalmente, estes são considerados impuros, intocáveis, e assim realizam os trabalhos considerados desprezíveis: como a preparação dos cadáveres para o enterro, a limpeza das ruas, banheiros, etc.

Os dalits vivem praticamente isolados de todo o resto da população, rejeitados. A separação é tão grande que quando alguém de casta pisa sobre sombra de um deles precisa ser purificado, pois sua alma ou casa pode ficar impura, contaminada, por algum tipo de má sorte.

Vejo muitos comentários indignados por essa situação, a muita discussão, seguido de vários protestos em todo mundo para que esse sistema de castas seja exterminado na Índia, porem observando e trazendo para nossa cultura um pouco desta Índia, vejo que aqui no Brasil, veladamente temos nossos sistemas de “castas”.

Temos nossos intocáveis, basta caminhar um pouco por qualquer rua que nos deparamos com situações parecidas.

Muitas foram as vezes que vi pessoas virarem o rosto ao se deparar com algum morador de rua que lhe estendi a mão em busca de algum trocado, crianças enxotadas em portas de restaurantes por tentarem vender alguma coisa aos fregueses, por toda parte ainda hoje vemos os negros, os afeminados ou as masculinizadas, os mal vestidos, os pouco agraciados pela beleza física serem desprezados. Intocáveis, e por alguns considerados impuros ou indignos de estar entre os poucos “abastados pela vida”.

Essa separação chega a situações extremas por alguns que acreditam que o melhor seria que esses seres humanos não existissem, e assim saem pelo país a “exterminar” essa gente considerada menor, queimam moradores de rua, agridem homossexuais ou trabalhadores em pontos de ônibus, denigram a imagem do mal vestido, do feio, do sujo, daquele que é considerado menos por muitos que se sentem superiores.

Isso não ocorre apenas no Brasil, mas sim em todo o mundo, então acredito que antes de criticar e pensar em acabar com o preconceito em alguma outra cultura, seja ele de qualquer espécie, é preciso rever dentro de nos mesmos os nossos próprios fantasmas, a nossa própria rejeição aqueles que não escolhem ser rejeitados, desrespeitados e olhados a ponto de abaixarem a cabeça por se aceitarem indignos em uma condição imposta por uma sociedade hipócrita.

D.S.L

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Autor: ela...

Elaine. Ela. Helena. 17. Setembro. Há alguns anos atrás. Ascendente em peixes. Brasil. Santista de nascimento. Baiana de descendência. Mineira de coração e endereço. Muitas e de muitos tamanhos. Letras, palavras, frases. Nossa Senhora Aparecida. Família. Música. Sol. Brisa. Luar. Prefiro mar. Branco. Tenho uma irmã mais nova. Minha maior paixão tem mais de 100 anos. Abraço. Meu pensamento é hiperativo. Tenho os melhores amigos. Cometo ao menos um erro todos os dias. Converso com Deus. Já mudei de emprego três vezes, já mudei de vida outras varias. Por do sol. Não faço nada sem dois ingredientes: paixão e entusiasmo. Primavera. Beijo. Horizonte. Esperança. Cinema, quadros, composições. Já machuquei quem não merecia. Olhar. Exagerada e sensível. Carente. Bagunceira. Transparente. Meu primeiro livro publicado e grande orgulho: Quando Florescem as Orquídeas. Tenho um blog e uma coluna semanal em um jornal do interior. No mais sou abençoada. Sei dizer apenas que tudo passa!E que eu sou bem feliz! D.S.L

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